Que fase estranhamente interessante e caótica. Alguns avisos são dados: "Aproveite enquanto é criança"; "Não queira ser adulto tão cedo"; Calma! você vai crescer". E como de costume, não ouvimos conselhos e opiniões de quem já está nessa fase a algum tempo. Queremos ter a liberdade de poder chegar tarde em casa, sair a hora que quiser e com quem quiser, ter nossa independência, não depender dos pais, ser ouvido e respeitado. E isso tudo nós conseguimos nessa etapa da vida. Os avisos são dados, porém nos é negado os detalhes. Esses que se tivéssemos conhecimento, aproveitaríamos de forma mais intensa a fase mais encantadora e feliz que é a infância.
Nos é negado a informação de que quando chegamos nessa fase você tem que se virar sozinho, você é o único responsável por suas escolhas. E as consequências? Advinha? Elas são pagas por você também, não adianta chorar e chamar pela mamãe, é com você meu(a) amigo(a). É omitido também a enorme pressão feita nesta fase. O primeiro emprego, manter esse emprego, conseguir fazer mágica para pagar todas as contas no fim do mês, deixar de ser hóspede e passar a ser funcionário do "hotel" chamado casa. Casar? Ter filhos? Não ter filhos? Faculdade? Mestrado? Doutorado? Ou fazer da minha própria arte meu trabalho?
Quantos questionamentos nos fazemos...quantas respostas imediatas a pior julgadora (sociedade) quer de nós em tempo recorde. Não estou querendo ser pessimista quanto a essa fase, longe de mim fazer tal julgamento. Estou sendo realista. É claro que a fase adulta tem seus encantos, vários por sinal.
Mas com o que é bom, sabemos lidar quase que imediatamente, mas com o que é ruim demoramos, e as vezes nunca sabemos lidar por completo. Portanto, se você é adulto, deixe bastante claro para as crianças com quem convive os benefícios da infância e adolescência e deixe bem claro o porquê de não terem pressa para crescer. Como eu disse, é uma fase interessantíssima e muito bela, porém chegamos nela sem aviso prévio e isso com certeza gera o caos que não entendemos e nem sabemos como enfrentar.
Por Ully Nayane
