Queria eu ser constante, aceitar as coisas de forma tranquila e passiva sem questioná-las. Queria eu, aceitar um amor mais ou menos só para mostrar a sociedade que tenho alguém pra chama de meu. Queria eu, aceitar as injustiças do mundo com um olhar sereno e na boca a frase mais covarde que existe: Quem sou eu pra fazer alguma coisa?
Queria eu, aceitar ouvir conversas banais, repetitivas e sem conteúdo, só para me encaixar nesse mundo vazio de pensamentos ousados. Queria eu, aceitar o padrão de beleza imposto por nossa sociedade me matando em academias, tomando suplementos para postar uma foto no insta dizendo que sou fitness. Queria eu, me interessar somente por assuntos do tipo: "Preciso chegar em casa mais cedo, pois tenho que deixar o almoço do meu marido pronto; arrumar a casa pra visita, escolher qual o melhor jogo de prato para o jantar."
Queria eu me encaixar nos padrões dessa sociedade ausente de inovação e ousadia. Queria eu ser comum, mas minha urgência em saber e viver coisas diferentes, corajosas, irreverentes e que dê sentido a essa vida, me consome por inteira.
Por Ully Nayane