Acho que não era pra ser você mesmo, não é? Ainda me lembro da primeira vez que te vi e de como teu jeito desastrado me encantou. Tantas luas nos separaram até o tão espero primeiro beijo acontecer. Se fecho os olhos me transporto aquele instante, consigo sentir as minhas mãos geladas... As pernas trêmulas... Nossa!! Aquele beijo foi o sopro de vida que eu precisava. Me apaixonar, era questão de tempo. E como não me apaixonaria por um cara feito você? Que parece ter saído dos meus sonhos, que parece ler minha mente, que consegue decifrar meus silêncios. Quando me dei conta, já tinha deixado você se instalar nas minhas músicas favoritas, já me via fazendo planos e te incluindo em todos, já sentia aquelas borboletas no estômago, só por receber aquela mensagem tua dizendo “tô passando aí pra te buscar”. Se eu te olhasse mil vezes, te amaria mais em cada uma delas.
       O teu abraço? Aahh! como explicar aquele abraço? Que parecia juntar todos os pedaços que restaram de mim.Teu braço tornou-se meu abrigo, era pra lá que eu corria, quando os monstros aqui fora me assustavam. Dentro dele eu estava protegida. E eu amei você. Amei teus olhos apertados, que se fecham quase que por inteiro, quando você sorri, amei tuas histórias malucas de quando você era mais jovem, amei tua gargalhada exagerada. Amei até teus defeitos. Inclusive eles... Mas amei sozinha.
        Você tinha tudo pra ser o meu tudo e escolheu ser nada. E eu sei que preciso te esquecer. Se ao menos o teu gosto não estivesse em minha boca, se teu cheiro não estivesse grudado em mim, se teu silêncio não fizesse esse barulho ensurdecedor... Seria mais fácil essa tarefa. Hoje eu convivo com a tua ausência e ainda com as malditas borboletas, que insistem em aparecer sempre que toca o meu celular. Eu sei que um dia você será apenas uma doce lembrança.Mas, me diz, hoje, desse teu amor que eu nunca tive... Devo sentir saudade ou esperança?

Por Janielma Azevedo


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